sábado, 30 de abril de 2011
INESPERADO EQUÍVOCO
Lúcia era uma linda mulher nos seus quarenta e quatro anos de idade. Seu nome caia-lhe como luva... Lúcia... Luz... Tinha luz própria, brilho no olhar!
Lúcia casou-se menina. Foi mãe, esposa, dona de casa, artista... Casou-se por amor, para toda a vida. Assim havia sido com seus pais, assim deveria ser com ela.
Mas o destino mudou o rumo dos seus sonhos. Quando completou seus quarenta e dois anos, descobriu-se traída pelo marido e o casamento ruiu. Lúcia sofreu, baqueou, vergou-se diante a triste realidade. Vergou mas não quebrou. Colocou-se de pé e deu continuidade a sua vida de luta, agora arrimo dos quatro filhos ainda pequenos. Mulher corajosa, de fibra, dispensou pensão do ex-marido e foi à luta. Não considerava sua nova realidade como um problema, mas sim como um grande desafio que desempenhou com amor, afinco e sucesso.
O real problema de Lúcia era ter sido criada para ser mulher de um homem só daí seu relacionamento com outros homens tornou-se impossível. Lúcia era jovem, os hormônios em ebulição. Pretendentes não lhe faltavam, faltava-lhe a coragem para encará-los.
Lúcia resolveu então procurar um psicanalista e com seu jeito espontâneo disse-lhe:
_ Doutor, fui casada durante 22 anos, estou divorciada e não me sinto a vontade para me relacionar com outro homem. Melhor dizendo vim aqui para que o senhor me ensine a fazer isso. Sinto-me inibida, tímida, realmente não consigo resolver sozinha esse imenso problema. Quero me libertar desse pesadelo.
E o medico retrucou:
_ Fique tranqüila, Lucia, em uns dois meses será outra mulher, livre dessas amarras do preconceito.
E assim aconteceu. Em menos de dois meses de análise, Lúcia conheceu, numa galeria de artes, um francês, homem bonito, inteligente, intelectualizado. Os olhares se encontraram, o coração estremeceu, a pele arrepiou. Foi paixão a primeira vista, intensa... Levando Lúcia as estrelas. Uma paixão bonita, ardente... Em menos de um mês, Pierre, esse era o nome dele, já havia comprado uma casa na cidade que Lúcia morava. Passava quinze dias na França, cuidando da sua empresa e quinze dias no Brasil ao lado da mulher amada. E entre idas e vindas os dois iam sedimentando o relacionamento. Numa dessas vindas, Pierre telefonou já do aeroporto internacional de São Paulo:
Lúcia, “mon amour”, estou chegando, ardendo em desejo, com saudade de você.
Lúcia que morava no Rio, correu para o chuveiro, para se fazer cheirosa, linda, faceira, sensual e assim buscar seu amor no aeroporto do Galeão. Mas pobre Lúcia! No primeiro contato com Pierre senti-o arredio. Lucia sugeriu irem direto a um restaurante, mas Pierre continuou mantendo certa distância, diferente do Pierre de sempre, romântico, carinhoso, beijoqueiro. No restaurante sentou-se de frente para Lúcia e não ao lado dela como sempre fazia.
Lá pelas tantas, Pierre não resistiu e disparou a pergunta:
_ Lúcia, você tem piolhos?
Lucia, desconcertada e surpresa respondeu:
_Eu, Pierre? Piolhos? Não Pierre. Estou me coçando? Por que essa pergunta?
E Pierre retrucou:
Lúcia, eu não consigo ficar perto de você, seus cabelos cheiram demais a inseticida.
Foi aí que caiu a ficha de Lúcia. Lembrou-se que pediu pra sua empregada matar uns insetos no seu banheiro e provavelmente ela havia esquecido o spray de inseticida sobre sua penteadeira e no afã de se fazer bela para seu amor, confundiu os sprays e borrifou seus lindos e longos cabelos negros com inseticida em vez do seu fixador habitual.
Desfeito o mal entendido, tudo acabou num tórrido banho a dois, onde Pierre lavou os cabelos de Lúcia, tendo como fundo musical Piaff cantando “NE me Quit Pás”.
Carmen Vervloet
CATARSE
Essa dor que machuca,
tira meu sono
me deixa em abandono
que me rouba a alegria
e realiza esta dolorida sangria
em meu coração...
Que não me deixa
realizar a libertação
desta tensão reprimida
em meu coração...
Pedaços de mim,
fragmentos de emoção
sepultados pra sempre
no meu coração,
catarse que não realizo
porque a paz que preciso
nem ainda é embrião
que possa por fim
a esta terrível aflição!
Carmen Vervloet
sexta-feira, 29 de abril de 2011
ROSA SEDUTORA
Quantas abelhas deliciaram-se nos teus lábios cheios de mel?
Quanto sereno molhou tua boca ressequida
de tanto beijar?
Quantas lágrimas de emoção tu fizeste derramar?
Carmen Vervloet
BEIJA-FLOR
Busca o néctar de flor em flor...
Desvirgina... rosas, hibiscos, lírios!
No seu vôo arrebatador
deixa o jardim em delírios!
A rosa abre-se em forma de coração,
lábios cheios de mel,
orvalhada em gotas de sedução!
Ávida...desnuda-se de cada véu!
O volúvel beija- flor
Não se rende ao seu encanto
Suga a doçura do seu amor
E bate asas... deixando a infeliz, pender-se, em pranto!
Carmen Vervloet
quinta-feira, 28 de abril de 2011
ROSA ADORMECIDA
Na tarde sombria e vagarosa
eu o vi ninar a rosa...
No teclado do piano,
quando a rosa,
num vaso cor de rosa,
chorava seus desenganos!
Nasceu uma suave canção
que embalou, da solitária,
o doído coração.
E ela adormeceu sorrindo...
E foi lindo!
Carmen Vervloet
eu o vi ninar a rosa...
No teclado do piano,
quando a rosa,
num vaso cor de rosa,
chorava seus desenganos!
Nasceu uma suave canção
que embalou, da solitária,
o doído coração.
E ela adormeceu sorrindo...
E foi lindo!
Carmen Vervloet
ROSA ENCHARCADA
Manhã tão chuvosa e acinzentada!
E eu vi e ouvi chorar a rosa
trêmula e sozinha
lá no jardim...
Carmen Vervloet
quarta-feira, 27 de abril de 2011
PROTESTO DA ALMA
No estalo do meu grito
perdendo-se no infinito
o meu coração implora
para que se comece nova história.
Uma história em outra dimensão
onde honestidade, ética e liberdade,
sejam de fato verdades
num mundo onde tudo mudou.
Onde só o poder tem valor...
E nós só temos o que resta... dor!
Os valores foram invertidos
foram todos corrompidos
pelo peso do vil metal.
O Poder se tornou canibal,
animal irracional!
Perdeu a alma
e nós a calma!
Está roubando a esperança
dos jovens, velhos e crianças!
Diante de tanto desengano
grito... reclamo...
E proclamo para que se faça verdade
esta ilusão!
Neste Brasil sem dimensão,
onde a medida é o nosso amor.
Este Brasil de céu anil,
este Brasil cheio de cor,
este Brasil ensolarado,
este Brasil tão amado!
Este Brasil gigante
destruído por ganância alucinante.
Quero de volta os reais valores,
guerra aos impostores!
Quero a honestidade, a ética, a verdade...
Quero para os corruptos, punição,
quero paz e oração.
Quero homens exemplares,
quero fartura nos lares...
Quero para todos, educação,
quero o país em evolução...
Quero homens idealistas
e não meros alpinistas.
Quero voltar a ver o sorriso
acendendo os rostos...
Quero os corações iluminados
batendo de alegria, acelerados!
Quero voltar a ver em cada par de olhos,
a esperança!
Quero sentir das almas, a fragrância
de rosas plenas, em exuberância!
Quero sentir no corpo, a aragem
e do alto acariciar a folhagem...
E viver em paz
num Brasil sem violência...
A Deus peço clemência!
Carmen Vervloet
EM TORNO DO SEU EIXO
Na face da pedra cinzelo a palavra
E martelo o sentimento com veemência
Busco algo profundo em minha lavra
Não posso camuflar o amor em superficial aparência.
No azul céu passeia uma nuvem carneirinho
Esta é a hora... me diz a intuição com alegria
Cinzelo as últimas palavras devagarzinho
E vôo nos versos desta singela poesia.
Hoje eu quero surfar nos meus pensamentos...
Deslizar sobre matizes do arco íris
Movimentar-me em fios delgados de vento
E me perder no castanho da sua íris.
Carmen Vervloet
terça-feira, 26 de abril de 2011
RITMO DA VIDA
Na cidade cinza, um pálido corpo desfolha
No mistério, da morte, que se aproxima lento
A lágrima orvalhada o rosto molha
A tristeza se arrasta pelo frio calçamento...
Ao longe no horizonte o sol se recolhe
Para recompor a energia derramada no dia.
O vento gelado debruça-se sobre a prole
Que cerra com sete chaves a alegria...
Nas ruas as luzes se acendem normalmente
Logo que as primeiras sombras se estendem
Os pirilampos tímidos cintilam no escuro
Sobre eras que tingem de verde os muros
Os céus parecem telhados iluminados
Inspirando, ardentes, os namorados
Envolvidos no manto doce do começo
Nas veredas que desconhecem o endereço
Os sonhos caminham por jardins orvalhados
Os pássaros fazem ninhos no beiral do telhado
O vento frio move as folhas em seu bailado
Enquanto os botões se abrem sossegados...
O poeta colhe na natureza a poesia
Pincela versos tingidos em estesia
Nos céus de luas prateadas
Que caem como raios nas calçadas.
Da janela ouve-se o gemido de um realejo
Tangem, na capelinha distante, os sinos
Enquanto a alegria dá um bocejo
A vida, isenta, entoa com ritmo seu hino.
Carmen Vervloet
segunda-feira, 25 de abril de 2011
ROSA DESFOLHADA
Desnudo minh’alma nestes versos...
Triste e angustiada desfolho
minhas pétalas na noite vazia...
Sou rosa pálida que murcha a cada dia!
Perco o viço, a maciez, a energia,
murcho, murcho, murcho
e solto minhas pétalas sobre selvas de pedras,
ou desertas pradarias...
Múltiplos pensamentos, tristes sentimentos,
sem sol, sem brisa, orvalho e hospedaria!
Vago inquieta por entre correntes de vento,
em lamento!
Volto ao meu jardim e
grito, grito, grito
por um naco de afeição...
Morro sem carinho como quem morre de fome,
à míngua, sem um pedaço de pão!...
Carmen Vervloet
ROSA VERMELHA
Deu ao seu rosto
contornos de sedução!
Sutilezas do Criador
que com arte
quis oferecer aos enamorados
um símbolo para a paixão.
Carmen Vervloet
domingo, 24 de abril de 2011
FELIZ PÁSCOA!
Desejo-lhe:
Um eu que transborde de felicidade,
uma Páscoa plena de paz e harmonia
um baú sem fundo de doces amizades,
um arco-íres pincelado em alegrias.
Desejo-lhe:
Uma lua cheia de largos sorrisos,
uma onda suave de ternos carinhos,
um dia que seja um mágico paraíso
e que boas novas lhe traga o coelhinho.
Desejo-lhe:
Uma comemoração com muita confraternização
onde o amor ocupe todo o espaço
e que abundante expanda-se do coração
envolvendo ao próximo num fraternal abraço.
Carmen Vervloet
sábado, 23 de abril de 2011
LEMBRANÇAS COM SABOR DE CHOCOLATE
Os ovos de chocolate escondidos no jardim.
O dia é brando, renasce a criança!
Coelhinho da Páscoa o que traz para mim?
Delícias, sabores, felizes lembranças!
Família reunida em torno da imensa mesa,
as guloseimas substituindo o jejum obrigatório...
Vovô num largo sorriso distribuindo gentilezas,
vovó descobrindo imagens no seu sacro oratório.
Depois da refeição, a calorosa confraternização.
A algazarra da meninada buscando os ovos no jardim!
O espírito de união transbordando do coração,
cirandas, músicas, brincadeiras, alegrias que não tinham fim!
O tempo manifesta-se tatuado no peito,
grande é o amor guardado no coração...
Ressuscita a esperança desmaiada no leito,
lembranças do que somos no vácuo da contradição.
Quem deste coração fechado nos liberta?
Ser ver... sentimos a presença do Senhor!
A fé em Cristo deixa a porta aberta,
a ressurreição ressurge em todo seu esplendor.
Carmen Vervloet
sexta-feira, 22 de abril de 2011
NAS ASAS DA LIBERDADE
Não resumo minha alma a um só breviário...
Não me importa se é agosto ou setembro
Fujo de regras, imposições ou calendário
Livre, vou e volto de janeiro a dezembro.
Renasço em esperança a cada sol
Velo-me num véu de em fumaça quando me convém
Canto num coral de anjos em cada arrebol
Nas asas da liberdade à alegria digo amém.
Se, cortinas de nuvens impedem minha visão
Desvio o rumo, busco outra direção...
Vôo entre massas polares, contra correntes de vento
Ou faço-me pálida estrelinha no firmamento.
Neste céu ingente de liberdade
Que plena de ousadia fui devassar
Encontrei um pote de mel de felicidade
Que adoça minha vida e renova meu ar.
Carmen Vervloet
A FORÇA DA PALAVRA
Não posso amordaçar a palavra.
Sua força é tão grande
que me impulsiona
para mundos inatingíveis,
às tocas invisíveis,
perdidos esconderijos!
Como raio fulminante
irrompe do meu coração,
através da minha mão
escorrega para o papel
sob a forma de versos!
Aroma do meu pensamento,
escultura do meu momento
talhado em poesia!
Como música se propaga
com ritmo e som!
Num agudo tom e
força roubada aos ventos
ecoa pelo universo atingindo corações,
remexendo emoções!
É preciso cuidado...
Versos alados têm força de persuasão.
Podem ser a bússola
que muda o rumo de vidas
levando-as para campos
de brancas margaridas, gotas de luz,
ou tira-lhes o chão
arremessando-as às águas
negras e profundas
de um oceano sem volta!
Carmen Vervloet
quinta-feira, 21 de abril de 2011
PÁSCOA
No passado... num tempo muito distante
um ser mais que especial sonhou um dia
por fim a qualquer sofrimento asfixiante,
fazer florescer a paz, a plenitude, a alegria!
Pensou somente na gente,
em nos conceder a libertação
para que caminhássemos libertos em frente
colhendo os frutos da redenção.
Queria que crêssemos na vida.
Que fizéssemos outro recomeço...
Que semeássemos o bem, com generosidade desmedida,
que pelo próximo tivéssemos sempre apreço.
Entregou sua vida... seu sangue...
Por nós, seus filhos... ofereceu-se à cruz.
Caiu intrépido, dorido, exangue...
Seu nome... Cristo Jesus!
Fez a passagem do bem contra o mal...
Enunciou conceitos completos, suficientes...
Foi para nós o supremo exemplo, afinal!
Mas nem sempre O seguimos, tristemente!
Carmen Vervloet
quarta-feira, 20 de abril de 2011
sexta-feira, 15 de abril de 2011
MEU NINHO
E das minhas lágrimas
caídas sobre a terra,
fez-se a lama!
E das nossas brigas insanas,
fez-se a guerra!
O nosso amor uno, indivisível,
partiu-se...
Criou asas e voou
num lamento do vento.
Percorreu breve caminho
de angústia e sofrimento...
Mas a lua cheia de mel doce,
que não gosta de tempestade,
não deixou que a foice
ceifasse nossa felicidade!
E me trouxe de volta
numa grande reviravolta.
Para você, meu ninho...
Para seus braços,
que me enlaçaram com carinho!
Carmen Vervloet
quarta-feira, 13 de abril de 2011
Vinheta de abertura TV Gazeta Vitória ES anos 70/80
MÚSICA - CARIÊ LINDENBERG
ARRANJOS E PIANO - JORGE SAADI
terça-feira, 12 de abril de 2011
VERSÃO 2 ALEGRIA DE VIVER VÍDEO POEMA E MENSAGEM DE OTIMISMO - NARRATIVA
POESIA: CARMEN VERVLOET
EDIÇÃO DO VÍDEO: CARMEN CECÌLIA
NARRATIVA: CARMEN CECÌLIA
domingo, 10 de abril de 2011
O MONSTRO DE REALENGO
Ele queria matar:
A falta de autoestima,
o vazio que com alegria não rima,
o grito abafado,
o amor que nasceu abortado.
Ele queria matar:
A solidão que plantou no peito,
a timidez que pensava não ter cura,
os laços desfeitos,
a sua própria loucura.
Mas matou sonhos, apenas sonhados,
um punhado de flores entreabertas...
Tanto sofrimento precipitado!
Matou alegrias não vividas,
botões que se abriam na aurora...
Vidas precocemente colhidas.
Deixou o Brasil em lágrimas banhado,
atordoado com tanta violência,
velando anjos que voam neste céu nublado.
Carmen Vervloet
sábado, 9 de abril de 2011
ÁGUA - ESSÊNCIA DA VIDA
Em louco acometimento
os homens esmagam a esperança,
sem dó, nem sentimento.
Poluem as cristalinas
doces águas da vida.
Invalidam a decência
na sua demência...
Não ouvem o pedido
de clemência
das agonizantes águas
cheias de mágoa!
Existência... essência...
Sopro da terra,
fios de vida em guerra
com poluentes,
rios doentes
destempero de lixo
esguichos de loucura
e tortura...
Esgotos adentram
ao seu leito,
sem nenhum respeito!
Levam saúde... sonhos... vida...
Deixam o planeta sem saída...
Apagam em sordidez
um alvorecer risonho,
matam a mão armada
águas esparramadas,
poluídas, perdidas,
na terra agredida,
ressentida, dorida...
Que grita por vida!
Carmen Vervloet
terça-feira, 5 de abril de 2011
DOCE ALVORECER
Como anular a luz
que a manhã irradia
se é nascente que jorra alegria
que em silêncio habita
no ventre do novo dia?
Raios de sol que incendeiam o mar
e se transmutam em gestos de cortesia
e nas ondas do sonhar
lembro que vão se apagar
devoro o momento qual doce iguaria.
Fonte que jorra energia...
A praia que se acende,
o canto lírico da cotovia,
a flor que se abre silente
dando vida a um mundo de poesia...
Carmen Vervloet
segunda-feira, 4 de abril de 2011
SERENATA DE AMOR
Acordo no meio da noite a sonhar
a lua desliza com as bochechas cheias de vento
ouço ao longe uma voz a cantar
e o som não identificado de um doce instrumento
Levanto-me silenciosamente e abro a janela
reconheço o som suave do violão
a natureza pálida, linda aquarela
borda em estrelas meu coração
O som agora nítido e forte
“Carmen, te amo... te adoro... te quero...
outra vez”...
meu coração viaja lânguido, sem passaporte
entrego-me ao momento que tanto espero,
sem talvez
Serenata de amor ao luar
a beleza da noite flutuando no ar
as flores umedecidas pelo sereno
fazem um bailado em êxtase pleno
Toda a natureza baila ao ritmo do violão
meu amor soltando a voz na canção
“Carmen a hora é agora não vamos deixar passar”
sou apenas um sonho de amor ao luar
As plantas se agitam no meu jardim
as trepadeiras sobem, enroscam-se, caem de novo...
o perfume exala dos brancos jasmins
o pintinho feliz, piando, deixa seu ovo...
Pequenos detalhes que só enxerga o coração
detalhes de vida, de luz, de amor em ação
detalhes que se tornam gigantes como o mar
detalhes sutis percebidos pelo amar
E a serenata continua
seguindo o deslizar da lua
num violão chorado...
acordando o passado
Carmen Vervloet
domingo, 3 de abril de 2011
AVE TERRA
Ave Terra,
cheia de graça!
Lindo planeta azul
com que o Senhor
nos obsequiou...
Bendito seja o fruto
que gestas em tuas entranhas,
alimento que fortalece,
dá saúde e vida
aos que te habitam.
Benditas sejam as águas,
que vertes em abundância,
que saciam a sede
de todos os seres vivos.
Benditas sejam tuas matas,
pulmões do mundo
que imploro a Deus
sejam respeitadas e preservadas.
Santa Terra,
mãe de todos os homens,
rogai por nós, pecadores,
que tanto te maltratamos
e ferimos sem piedade,
deixando pássaros sem asas,
fauna e flora em extinção,
árvores tombadas,
o solo partido a mostrar
artérias vazias,
crateras que são
horrendos sepulcros,
visão do inferno!
Santa mãe Terra,
rogai por nós,
homens estúpidos,
que precipitando sua morte,
precipitamos a nossa
morte também!
Amém
Carmen Vervloet
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