sábado, 14 de fevereiro de 2015
terça-feira, 10 de fevereiro de 2015
Praia do Canto
Continuo te amando,
mas já não te enxergo
com os mesmos olhos,
nem te sinto com
a mesma paz...
Engoliram tuas águas,
aterraram tuas praias,
demoliram tuas casas,
cortaram tuas castanheiras
e plantaram em seu lugar
prédios e mais prédios.
Encheram tuas ruas de carros,
invadiram teus quintais,
arrancaram tuas mangueiras,
poluíram o teu ar...
A violência tomou
o lugar das brincadeiras,
das queimadas no meio da rua,
das serenatas ao luar...
O pó preto te deixou mais cinza,
teus bancos sob as castanheiras,
de onde se via a lua cheia
e onde tantos sonhos
nasceram e alçaram voo,
já não existem
e a praia do Barracão ficou
apenas na memória, junto
com toda sua história...
Tudo foi soterrado pelo progresso
que arrancou tuas vestes bucólicas,
te deixando moderna,
porém menos
calorosa.
Foste terrivelmente agredida,
mas apesar de tudo,
perdura tua
beleza
e tua imagem antiga
ficará apenas gravada
na minha retina e
tatuada no meu coração,
intocável e pra sempre,
como meu imenso amor por ti.
Carmen Vervloet
domingo, 8 de fevereiro de 2015
sábado, 7 de fevereiro de 2015
Amor Andarilho
Sou perfume, sou
flor,
sou poesia, sou cor,
poetizo, dou alento,
valorizo o riso,
eternizo sentimentos!
A alegria concretizo,
nos descaminhos da
vida
transformo em sorriso
a dor!
Sou o desabrochar
delicado
de rosa branca,
anacarado,
sou a paz que alivia,
sou luz e sou magia,
sou gerador de emoção
na nascente do
coração!
E me esparramo pela
terra,
subo ladeiras e
serras
e entre sulcos
escorro
deixando a minha
trilha
que como o sol... brilha!
E ilumina outros
caminhos!
Sou o rochedo
sólido, resistente...
Não tremo por medo
e me faço presente,
recebo o vendaval... Paciente!
E do alto do meu cume
junto ao meu perfume
volvo um olhar
que segura o que vai
desabar!
E lanço ao mar
minha jangada,
vou machucando
o silêncio da madrugada,
conjugando bem alto
conjugando bem alto
o verbo amar...
Contra as ondas a
remar...
E assim vou vagueando
pelas curvas do tempo,
deixando meu
sentimento
nas ruas, nas
esquinas,
longe e perto,
em terra fértil, no
deserto.
Sou o amor andarilho
e com a luz que me
conduz
e seu brilho
teço pétalas de
felicidade!
Carmen Vervloet
sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015
Viver... Permanente Reinvenção
Viver
é nossa permanente reinvenção,
É
pegar o touro pelo chifre sem medo,
Diante
dos obstáculos, apresentar reação,
É
começar a luta bem cedo!
É
renovar cada gole sorvido,
Encher
a taça a todo o momento,
Descobrir
potenciais escondidos,
Adicionar,
ao autoconhecimento, mais fermento.
É
olhar-se por dentro sem fingimento,
Enxergar
a alma com transparência,
É
corrigir vias com amor e alento,
É
deixar vir à tona nossa mais pura essência.
É
não fraquejar diante das injustiças,
Seguir
a consciência com determinação,
Diante
do confronto, jamais ser omissa,
É
não se perder entre tanta distração.
É
reprogramar a vida com perseverança,
É
pensar e repensar nossa existência,
É
jamais perder a fé e a esperança
É
fazer nosso melhor, com afinco e insistência!
Carmen
Vervloet
Vem... Saudade
Nesses
momentos desertos e frios
chamo
a ti... Oh, doce saudade...
Para
preencher o vazio
desta
enfadonha realidade!
E
tu chegas de mansinho,
apossando-se
deste triste coração
acordando
devagarinho
um
passado distante...
Retalhos
da vida... Eventos marcantes!
E
as lembranças represadas
jorram
em abundância
trazendo
calor e aconchego
para
esta alma terna e calada...
E
tu, saudade, presságio de advento,
preenche
meu dia,
me faz companhia,
até
que a vida
me
brinde com outro momento!
Carmen
Vervloet
terça-feira, 3 de fevereiro de 2015
Insônia
O pensamento se repete
quais ondas que vem e vão.
O sono, qual pássaro fujão,
deixa a gaiola do corpo
e voa pra longe...
Os carneirinhos, cansados, berram
(já pularam a cerca mais de mil vezes)
e acordam os versos que dormem.
Os versos se levantam e me obrigam
a levantar também.
Tomam forma na telinha
e livres partem em busca
de um ninho que os acolha.
Mas o sono não volta,
indomável quer brincar sozinho
no quintal da lua toda cheia.
Carmen Vervloet
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