Eis que em minha vida
chegou o inverno,
já não corro mais
lépida pelos campos,
mas guardo em mim
sonhos eternos,
iluminados por
milhões de pirilampos.
Meus sonhos
transpassam nuvens, montes,
minh’alma
pirilampeando pelo curvo horizonte,
relembra os verões
festivos e as primaveras,
o sol radiante que transpunha minha janela.
Ninguém roubará de
mim tamanha alegria,
nem as infindas
lembranças que guardo comigo
eternizo-as nos
versos da minha poesia.
É leve o peso dos
meus setenta anos,
construí na caminhada
um sólido abrigo
que revela as marcas
do meu viver humano.
Carmen Vervloet
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