Parto, triste, mas
por vontade própria,
parto sozinha para um
futuro indefinido,
parto buscando
corrigir a inópia
de um amor que foi
tão ferido.
Arranco meus pés do
inóspito passado,
parto para o presente
que eu construo,
deixo os carinhos
sangrentos e afiados,
dos espinhos que abandonei num recuo.
Fui prisioneira do
meu próprio corpo
que foi habitado por
um rei tão torto
que demarcava os
limites da minha liberdade
num enredo que não
deixou saudade.
Se amanhã este rei
voltar a me procurar,
terá que gastar mais
de um mês de viagem
para, no passado que
fiquei sozinha, chegar...
E encontrará apenas a
sombra da minha imagem.
Hoje sou apenas um
pássaro livre que voa
sobre um mar que se
fez de lágrimas da aflição,
a descrever círculos
inebriantes de onde a mágoa escoa
deixando desabrochado,
devoluto e límpido o coração.
Carmen Vervloet
Um comentário:
Olá!
Sensacional,linda,extrema,dispensa comentários.
Encontrei o seu link em outro blog e vim conhecer,adorei e já etou a te seguir.
Faço o convite para que conheça o meu cantinho,espero que goste.
Felicidades.
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