Verto meu pranto
sobre as ruas bandidas,
onde transita o medo
em tantas cidades,
verto meu pranto
sobre a violência desmedida
que já se instaurou em
todas as idades.
Verto meu pranto
sobre as ramas pensativas
onde não mais se
escondem o amor de um ninho,
numa selva de pedras
onde aves fugitivas
buscam refúgio em
algum outro cantinho.
Verto meu pranto
quando o luar cor de prata
é visto apenas, por
entre as grades da janela,
quando já não chora romântica serenata,
e nem rola um beijo
sob a acácia amarela.
Verto meu pranto porque
sei que o universo sente
e nele pulsam as
dores de todo o planeta
deixando uma falta, um vazio na alma da gente,
restringindo, mais e
mais, a felicidade e sua colheita.
Medito à meia luz dos poentes pensativos
e sobre as agressões,
meu espírito ajoelhado,
pede a Deus que
interceda por reveses tão aflitivos
e que nos devolva a
paz, tão branda, colhida no passado.
Carmen Vervloet
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