sexta-feira, 3 de junho de 2016

Suprema Inspiração


Tenho os olhos cheios de saudade
Lembranças que guardo no coração
Sonhos que sobrevivem à idade
Caminho pincelado em paixão.
 
Tenho as mãos cheias de amor
 Na alma um canto de passarinho
Na mente um desejo arrebatador
De sobreviver aos espinhos.
 
Tenho os pés fincados na estrada
Passos que cruzam o destino
Que se sustentam nas fortes rajadas
Tenho o espírito peregrino.
 
Tenho a alma cheia de harmonia
Música que nasce do coração
Uma vocação para a alegria
Viver, minha suprema inspiração.
 
Carmen Vervloet

sábado, 7 de novembro de 2015

segunda-feira, 12 de outubro de 2015

Imprevisível


Como o relógio que marca as horas
meus passos marcam o caminho que sigo
mas essas marcas não me fazem senhora
do futuro e todos seus inevitáveis perigos.
 
As marcas dos passos apenas indicam um rumo
quem manda mesmo são o destino e a sorte
e se sobre as incertezas da vida me aprumo
é porque faço da fé o meu maior suporte.
 
A vida é sempre muito imprevisível
e é na surpresa que provamos seu melhor sabor,
o excitante é mesmo buscar o inatingível
como a abelha busca o mel na flor.
 
Carmen Vervloet

sábado, 10 de outubro de 2015

O que guardo da minha criança

Guardados
 
 
Guardo em mim a alegria da criança,
um canto de passarinho, um voo de beija-flor,
a música que não se toca, a dança que não se dança,
e no peito um anjo rufando o tambor.
 
Guardo em mim um sorriso de criança
que baila em meus lábios quando estou feliz,
que me acompanha por tantas andanças
e me deixa acreditar que sou eterno aprendiz.
 
Guardo em mim um coração de criança
que ama a vida com entrega e paixão,
que aceita os momentos sem tantas cobranças
e não me deixa entrar com ela em colisão.
 
Guardo em mim um olhar de criança
que põe em meus olhos lentes cristalinas,
que me faz ver a vida com mais confiança
e não procura entender a sua confusa doutrina.
 
Guardo em mim a espontaneidade da criança,
um tombo na calçada, um pique no jardim,
um desejo de vida, uma fita, uma trança,
e essa obstinação que não sai de mim.
 
Guardo em mim a candura da criança,
uma fada madrinha, o lírio do devaneio,
um pote de mel, uma caixinha de esperança,
gaiolas abertas, voos e chilreios.
 
 
Carmen Vervloet
 

sexta-feira, 9 de outubro de 2015

Limite


  

 
Quando o corpo está doente
a mente fica frágil,
 a tristeza apossa-se da gente
 e a alma chora... cansada da luta,
cansada dos desafios...
O vazio é um túnel sem fim,
sem luz, sem sinalização, sem pista de volta.
O pensamento é sem cor, a voz é sem eco,
o olhar é sem viço.
Percebe-se que curto é o prazo da vida
e que o tempo sem tempo
não nos concede nenhum minuto
além daqueles que nos foram programados
no dia do nascimento.
 
Uma linha tênue demarca o agora do invisível.
 
Carmen Vervloet