domingo, 17 de maio de 2015

Sabores e Cheiros




Amoras, mangas, jabuticabas,
jacas, uvas, goiabas,
um gosto de infância
que não sai da minha boca
que vertem esta saudade louca
de um tempo tão lindo
que o tempo levou.
 
Rosas, zínias, manacás,
dálias, buganvílias, orquídea lilás,
perfume entranhado na memória,
pétalas da minha história
guardadas nas entranhas do meu ser
que eu exalo lentamente
neste cinza anoitecer.
 
Carmen Vervloet

sexta-feira, 15 de maio de 2015

Canção de Cetim




 

Bruxas, corujas, almas penadas,
que surgem na madrugada,
no balanço das rajadas,
que esbarram nas quebradas,
vão cantar longe de mim...
Nas rendilhas das aranhas
façam a sua barganha,
troquem a sua sanha,
 deixem quieta a minha manha,
gosto de viver assim...
Bruxas, corujas, almas penadas,
que surgem na madrugada
atrás da insônia agachadas
vão ciscar em outra estrada
que meu sono é de cetim.
 
Carmen Vervloet
 

sexta-feira, 8 de maio de 2015

Fazendo o Caminho



 

Vou caminhando deixando um pouco de mim...
Deixo o que posso, o que tenho
e se não deixo mais é porque ainda não amealhei.
A estrada é muito íngreme, mas
vou caminhando procurando ser melhor,
tropeçando em vaidades, apendendo com os erros,
esbarrando no egoísmo, enlaçada no contexto que vivo.
  Debato-me, desato laços, arranco pedras,
caminho muitas vezes machucada,
mas vou seguindo em frente
movida por uma determinação que não sei de onde vem,
uma motivação que sai da alma que com certeza
foi ungida por Deus, nosso criador.
Nesta estrada cheia de obstáculos
a fé vai construindo pontes que me permitem
 ultrapassar os precipícios que se interpõe no caminho
me permitindo espalhar versos em cada passo que dou,
versos embebidos em vida vivida com afinco e esperança.
 
Carmen Vervloet