sábado, 7 de novembro de 2015

segunda-feira, 12 de outubro de 2015

Imprevisível


Como o relógio que marca as horas
meus passos marcam o caminho que sigo
mas essas marcas não me fazem senhora
do futuro e todos seus inevitáveis perigos.
 
As marcas dos passos apenas indicam um rumo
quem manda mesmo são o destino e a sorte
e se sobre as incertezas da vida me aprumo
é porque faço da fé o meu maior suporte.
 
A vida é sempre muito imprevisível
e é na surpresa que provamos seu melhor sabor,
o excitante é mesmo buscar o inatingível
como a abelha busca o mel na flor.
 
Carmen Vervloet

sábado, 10 de outubro de 2015

O que guardo da minha criança

Guardados
 
 
Guardo em mim a alegria da criança,
um canto de passarinho, um voo de beija-flor,
a música que não se toca, a dança que não se dança,
e no peito um anjo rufando o tambor.
 
Guardo em mim um sorriso de criança
que baila em meus lábios quando estou feliz,
que me acompanha por tantas andanças
e me deixa acreditar que sou eterno aprendiz.
 
Guardo em mim um coração de criança
que ama a vida com entrega e paixão,
que aceita os momentos sem tantas cobranças
e não me deixa entrar com ela em colisão.
 
Guardo em mim um olhar de criança
que põe em meus olhos lentes cristalinas,
que me faz ver a vida com mais confiança
e não procura entender a sua confusa doutrina.
 
Guardo em mim a espontaneidade da criança,
um tombo na calçada, um pique no jardim,
um desejo de vida, uma fita, uma trança,
e essa obstinação que não sai de mim.
 
Guardo em mim a candura da criança,
uma fada madrinha, o lírio do devaneio,
um pote de mel, uma caixinha de esperança,
gaiolas abertas, voos e chilreios.
 
 
Carmen Vervloet
 

sexta-feira, 9 de outubro de 2015

Limite


  

 
Quando o corpo está doente
a mente fica frágil,
 a tristeza apossa-se da gente
 e a alma chora... cansada da luta,
cansada dos desafios...
O vazio é um túnel sem fim,
sem luz, sem sinalização, sem pista de volta.
O pensamento é sem cor, a voz é sem eco,
o olhar é sem viço.
Percebe-se que curto é o prazo da vida
e que o tempo sem tempo
não nos concede nenhum minuto
além daqueles que nos foram programados
no dia do nascimento.
 
Uma linha tênue demarca o agora do invisível.
 
Carmen Vervloet
 

sábado, 3 de outubro de 2015

Extravio

 
Neste meu crepúsculo
já não mais encontro
a face do meu sonho......
Perdeu-se no meu lusco-fusco,
cerrou seus olhos castanhos.
Busquei-a nas montanhas,
entre canteiros de rosas,
usei de mil artimanhas...
Mas a vida ardilosa
engendrou sua despedida
e a face do meu sonho,
numa nuvem solta,
ficou perdida.
 
Carmen Vervloet

Urgência


Qual beija-flor faminto
bato asas pelo mundo
em busca de néctar
que sacie minh’ alma.
Já não quero somente
beijos, abraços, carinhos...
Quero mais, quero muito,
quero tudo...
Já possuo amor,
o aconchego de um ninho.
Vejo o tempo se esgarçando
entre meus dedos
e tenho pressa.
Quero o prazer que
a liberdade me trás,
voar sobre paisagens
que encantem minh’ alma,
descobrir o inusitado
que  me surpreenda,
entrar por correntes de vento
que me façam perder o rumo,
voar, voar, voar
e sorver em um imenso trago
toda a beleza que enfeita a vida,
que no seu entardecer,
ainda sorri pra mim.
 
Carmen Vervloet

Eternamente


Saí de sua vida,
mas sei que guarda minha imagem em seus olhos,
 o gosto dos meus beijos em sua boca,
 o calor do meu corpo em seu corpo.
Saí de sua vida,
mas sei que toda noite chama por meu nome
 e na minha ausência
 envolve-se no lençol da minha saudade
 e deixa escorrer uma lágrima quente
que aquece a sua madrugada tão fria.
 
Carmen Vervloet

terça-feira, 25 de agosto de 2015

Chama


 

 

Já nem sei se me matei
Ou se me atiraram de um penhasco
Se mataram os sonhos que sonhei
Ou se os prendi dentro de um frasco.
 
Vida, labaredas que queimam,
 Vida, tempo que se acaba,
O coração e a mente teimam
Em enfrentar de frente esta saga.
 
Sei que me perdi de mim
Embaracei-me em seu mistério,
Manchei a alegria com nanquim,
Distraí-me entre tantos critérios.
 
Mas a sua chama persiste em mim
E os meus pés insistem em caminhar...
Sei que não vou pisar sobre cetim,
mas entre pedras hei de me encontrar.
 
Carmen Vervloet
 
 

segunda-feira, 24 de agosto de 2015

Tempo Avarento


O gerânio cor de rosa ontem tão lindo,
hoje tem seu tempo cortado ao meio,
suas pétalas uma a uma caindo
insensível ao olhar alheio.
 
A mulher, ontem florescente menina,
guarda seu passado na saudade...
Vai respirando em cada passo sua sina
no avançar das horas da idade.
 
Tudo na vida tem seu tempo
que segue num ritmo indiferente...
O tempo é um velho avarento
que não dá mais tempo pra gente.
 
Carmen Vervloet
 

domingo, 23 de agosto de 2015

Dor Que Não Passa


  

A tristeza invadiu o coração
as lágrimas secaram de tanto chorar,
 o canto do vento incomoda com sua mensagem de dor...
O pensamento só leva ao mesmo motivo
e o sorriso está preso por trás dos dentes cerrados.
A impotência não deixa mudar o quadro que machuca,
já rotina na atribulada vida.
Não posso solucionar o que não me pertence,
mas o que me compete vou fazer acontecer.
Que Deus na sua infinita bondade
tire a venda de quem está cego
e abra um caminho de luz onde a paz e o amor
levem à solução que se faz urgente
onde a justiça se cumpra
para cessar o atroz sofrimento.
 
 
Carmen Vervloet
 
 

domingo, 17 de maio de 2015

Sabores e Cheiros




Amoras, mangas, jabuticabas,
jacas, uvas, goiabas,
um gosto de infância
que não sai da minha boca
que vertem esta saudade louca
de um tempo tão lindo
que o tempo levou.
 
Rosas, zínias, manacás,
dálias, buganvílias, orquídea lilás,
perfume entranhado na memória,
pétalas da minha história
guardadas nas entranhas do meu ser
que eu exalo lentamente
neste cinza anoitecer.
 
Carmen Vervloet

sexta-feira, 15 de maio de 2015

Canção de Cetim




 

Bruxas, corujas, almas penadas,
que surgem na madrugada,
no balanço das rajadas,
que esbarram nas quebradas,
vão cantar longe de mim...
Nas rendilhas das aranhas
façam a sua barganha,
troquem a sua sanha,
 deixem quieta a minha manha,
gosto de viver assim...
Bruxas, corujas, almas penadas,
que surgem na madrugada
atrás da insônia agachadas
vão ciscar em outra estrada
que meu sono é de cetim.
 
Carmen Vervloet
 

sexta-feira, 8 de maio de 2015

Fazendo o Caminho



 

Vou caminhando deixando um pouco de mim...
Deixo o que posso, o que tenho
e se não deixo mais é porque ainda não amealhei.
A estrada é muito íngreme, mas
vou caminhando procurando ser melhor,
tropeçando em vaidades, apendendo com os erros,
esbarrando no egoísmo, enlaçada no contexto que vivo.
  Debato-me, desato laços, arranco pedras,
caminho muitas vezes machucada,
mas vou seguindo em frente
movida por uma determinação que não sei de onde vem,
uma motivação que sai da alma que com certeza
foi ungida por Deus, nosso criador.
Nesta estrada cheia de obstáculos
a fé vai construindo pontes que me permitem
 ultrapassar os precipícios que se interpõe no caminho
me permitindo espalhar versos em cada passo que dou,
versos embebidos em vida vivida com afinco e esperança.
 
Carmen Vervloet
 

quinta-feira, 19 de março de 2015

Canção Para Minha Ilha




 

Suas praias de tez morena,
Seu mar beijando a areia,
Um vento nordeste que acena,
O canto de tantas sereias.
 
Um cheiro de moqueca no ar,
Barcos navegando sem rumo,
 Gente que sabe amar,
Minh ‘alma perdendo o prumo.
 
Minha ilha de mel hospitaleira,
que abraça a todo mundo,
minha cidade faceira
que inspira um amor profundo.
 
Minha pequena Vitória,
um sorriso de mulher,
âmago da minha história,
 santuário da minha fé.
 
Carmen Vervloet

terça-feira, 17 de março de 2015

URGÊNCIA





Qual beija-flor faminto
bato asas pelo mundo
em busca de néctar
que sacie minh’ alma.
Já não quero somente
beijos, abraços, carinhos...
Quero mais, quero muito,
quero tudo...
Já possuo amor,
o aconchego de um ninho.
Vejo o tempo se esgarçando
entre meus dedos
e tenho pressa.
Quero o prazer que
a liberdade me trás,
voar sobre paisagens
que encantem minh’ alma,
descobrir o inusitado
que  me surpreenda,
entrar por correntes de vento
que me façam perder o rumo,
voar, voar, voar
e sorver em um imenso trago
toda a beleza que enfeita a vida,
que no seu entardecer,
ainda sorri pra mim.
 
Carmen Vervloet

sábado, 14 de fevereiro de 2015

terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

Praia do Canto


Continuo te amando,
mas já não te enxergo
com os mesmos olhos,
nem te sinto com
 a mesma paz...
Engoliram tuas águas,
aterraram tuas praias,
demoliram tuas casas,
cortaram tuas castanheiras
e plantaram em seu lugar
prédios e mais prédios.
Encheram tuas ruas de carros,
invadiram teus quintais,
arrancaram tuas mangueiras,
poluíram o teu ar...
A violência tomou
o lugar das brincadeiras,
das queimadas no meio da rua,
das serenatas ao luar...
O pó preto te deixou mais cinza,
teus bancos sob as castanheiras,
de onde se via a lua cheia
e onde tantos sonhos
nasceram e alçaram voo,
já não existem
e a praia do Barracão ficou
apenas na memória, junto
com toda sua história...
Tudo foi soterrado pelo progresso
que arrancou tuas vestes bucólicas,
te deixando moderna,
 porém menos calorosa.
Foste terrivelmente agredida,
mas apesar de tudo,
 perdura tua beleza
e tua imagem antiga
ficará apenas gravada
na minha retina e
tatuada no meu coração,
intocável e pra sempre,
como meu imenso amor por ti.
 
Carmen Vervloet

domingo, 8 de fevereiro de 2015

sábado, 7 de fevereiro de 2015

Amor Andarilho



 

Sou perfume, sou flor,

sou poesia, sou cor,

poetizo, dou alento,

valorizo o riso,

eternizo sentimentos!

A alegria concretizo,

nos descaminhos da vida

transformo em sorriso a dor!

 

Sou o desabrochar delicado

de rosa branca, anacarado,

sou a paz que alivia,

sou luz e sou magia,

sou gerador de emoção

na nascente do coração!

E me esparramo pela terra,

subo ladeiras e serras

e entre sulcos escorro

deixando a minha trilha

que como o sol... brilha!

E ilumina outros caminhos!

 

 Sou o rochedo

sólido, resistente...

 Não tremo por medo

e me faço presente,

 recebo o vendaval... Paciente!

E do alto do meu cume

junto ao meu perfume

volvo um olhar

que segura o que vai desabar!

E lanço ao mar

 minha jangada,

 vou machucando

 o silêncio da madrugada,
conjugando bem alto

o verbo amar...

Contra as ondas a remar...

 

E assim vou vagueando

pelas curvas do tempo,

deixando meu sentimento

nas ruas, nas esquinas,

longe e perto,

em terra fértil, no deserto.

Sou o amor andarilho

e com a luz que me conduz

e seu brilho

teço pétalas de felicidade!

 

Carmen Vervloet

 

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

Viver... Permanente Reinvenção


 

Viver é nossa permanente reinvenção,

É pegar o touro pelo chifre sem medo,

Diante dos obstáculos, apresentar reação,

É começar a luta bem cedo!

 

É renovar cada gole sorvido,

Encher a taça a todo o momento,

Descobrir potenciais escondidos,

Adicionar, ao autoconhecimento, mais fermento.

 

É olhar-se por dentro sem fingimento,

Enxergar a alma com transparência,

É corrigir vias com amor e alento,

É deixar vir à tona nossa mais pura essência.

 

É não fraquejar diante das injustiças,

Seguir a consciência com determinação,

Diante do confronto, jamais ser omissa,

É não se perder entre tanta distração.

 

É reprogramar a vida com perseverança,

É pensar e repensar nossa existência,

É jamais perder a fé e a esperança

É fazer nosso melhor, com afinco e insistência!

 

Carmen Vervloet

 

 

 

 

Vem... Saudade




Nesses momentos desertos e frios

chamo a ti... Oh, doce saudade...

Para preencher o vazio

desta enfadonha realidade!

 

E tu chegas de mansinho,

apossando-se deste triste coração

acordando devagarinho

um passado distante...

Retalhos da vida... Eventos marcantes!

 

E as lembranças represadas

jorram em abundância

trazendo calor e aconchego

para esta alma terna e calada...

 

E tu, saudade, presságio de advento,

preenche meu dia,

 me faz companhia,

até que a vida

me brinde com outro momento!

 

Carmen Vervloet