terça-feira, 25 de agosto de 2015

Chama


 

 

Já nem sei se me matei
Ou se me atiraram de um penhasco
Se mataram os sonhos que sonhei
Ou se os prendi dentro de um frasco.
 
Vida, labaredas que queimam,
 Vida, tempo que se acaba,
O coração e a mente teimam
Em enfrentar de frente esta saga.
 
Sei que me perdi de mim
Embaracei-me em seu mistério,
Manchei a alegria com nanquim,
Distraí-me entre tantos critérios.
 
Mas a sua chama persiste em mim
E os meus pés insistem em caminhar...
Sei que não vou pisar sobre cetim,
mas entre pedras hei de me encontrar.
 
Carmen Vervloet
 
 

segunda-feira, 24 de agosto de 2015

Tempo Avarento


O gerânio cor de rosa ontem tão lindo,
hoje tem seu tempo cortado ao meio,
suas pétalas uma a uma caindo
insensível ao olhar alheio.
 
A mulher, ontem florescente menina,
guarda seu passado na saudade...
Vai respirando em cada passo sua sina
no avançar das horas da idade.
 
Tudo na vida tem seu tempo
que segue num ritmo indiferente...
O tempo é um velho avarento
que não dá mais tempo pra gente.
 
Carmen Vervloet
 

domingo, 23 de agosto de 2015

Dor Que Não Passa


  

A tristeza invadiu o coração
as lágrimas secaram de tanto chorar,
 o canto do vento incomoda com sua mensagem de dor...
O pensamento só leva ao mesmo motivo
e o sorriso está preso por trás dos dentes cerrados.
A impotência não deixa mudar o quadro que machuca,
já rotina na atribulada vida.
Não posso solucionar o que não me pertence,
mas o que me compete vou fazer acontecer.
Que Deus na sua infinita bondade
tire a venda de quem está cego
e abra um caminho de luz onde a paz e o amor
levem à solução que se faz urgente
onde a justiça se cumpra
para cessar o atroz sofrimento.
 
 
Carmen Vervloet