terça-feira, 28 de agosto de 2007

Aniversário de 90 anos de minha querida mãe.

MÃE

No seu rosto, sempre, um sorriso terno!
Nos seus olhos, que roubaram da azeitona a cor,
O zelo... A vigilância...

Mãe,
Eu sempre acreditei
Que guardasse em suas mãos poesia
Que colocava em tudo que fazia!...
E que seus quitutes fossem
Temperados com a essência do amor...
Quanto sabor!
Eu jurava que seus doces
Fossem adoçados com o mel
Escorrido desta plena mulher flor
Que no seu dia a dia
Exalava a delicada fragrância
Que transmutava em alegria
A minha dor!...

Mãe,
Cada palavra que dizia,
Cheia de sabedoria,
Era meu fio de prumo!...
Fizeram-me muitas vezes
Mudar o rumo...

Mãe,
Cada um dos seus gestos,
No decorrer desta sua longa vida,
Deixou cravado no meu peito
Marcas de amor!
Hoje percebo a riqueza
Que cada uma delas guardou...

Mulher sábia...
Mulher valente...
Mulher de luta...
Sempre contente!

Hoje, noventa anos de estradas percorridas...
Nem sempre de fácil trajeto...
Quantas vezes por obstáculos interrompidas...
Mas na sua sabedoria desenhava outro projeto!...

Mulher doce...
Mulher persistente...
Mulher de garra...
Sempre contente!

Teceu toda uma vida com amor!
Chorou... Rezou... Semeou...
Sorriu... Plantou... Doou...
E hoje colhe 90 primaveras...
Quanta alegria! Quanta cor!

E a você, minha mãe amada,
Neste dia de simples festa
Mas de muito amor
Eu dedico meus pobres versos
Que não condizem, nem um pouco,
Com sua beleza interior!
Junto ao meu muito obrigado
Por ter sido, sempre,
Tão deliciosamente acarinhada
E por seu amor, alimentada!

Carmen Vervloet


domingo, 26 de agosto de 2007

Poeminha

Ponto Cruz

Hoje, não consigo encontrar,
O fio da meada
Para bordar os meus versos!
Queria bordá-los em ponto cruz
Que verga meus ombros,
Machuca minha alma,
Deixa minhas mãos dormentes...
Mas só consigo pintá-los
Com o vermelho do meu sangue
Que escorre deste coração ferido!

Carmen Vervloet

segunda-feira, 20 de agosto de 2007

Santa Teresa, minha cidade natal

Santa Teresa, Cidade Ninho


Santa Teresa,
Cidade onde nasci
Brinquei com flores e colibris!
Guardo lembranças
De feliz criança.
Cidade ninho,
Berço da paz.
Olho seu verde
Cobrindo as montanhas,
Seu céu de azul tão intenso...
Já não mais penso
Começo a sonhar...
Vôo livre, livre, livre,
Bailando no meu espaço,
Sugando o néctar,
Beijando as flores,
Bebendo o mel
Sentindo seu frio gostoso
Lambendo minha pele,
Fazendo meu corpo tremer.
O seu cheiro de flores
Impregnado de felicidade
Guardado para sempre
No meu baú da saudade.
Santa Teresa
Cidade ninho
Berço da paz
Não te esqueço,
Jamais!!!

Carmen Vervloet



No silêncio, vejo Deus

Silêncio

Ouço o que o silêncio
Sopra aos meus ouvidos.
Desconecto-me do mundo.
O silêncio fala mais fundo.
Cresce em mim uma energia diferente,
Mais intensa, envolvente!

Cresce no silêncio a natureza
E com certeza
Explode em exuberância,
Desenha flores, exala fragrância...
E continua silente...
Apenas dá-se de presente...

Em silêncio move-se o sol
Deita-se sobre o mar
Como se o quisesse beijar
E como se fosse tintol
Tinge o céu de dourado
Encantando o meu olhar calado...
E põe-se a dormir
Deixando a lua em silêncio surgir!

E coberta por prateado luar
Neste profundo calar
Não sinto frio
Sento-me a beira do rio
E deixo o silêncio tocar minh’alma
E sinto apenas paz, calma...
E no silêncio eu vejo Deus
No momento breve
Da minh’alma leve!

Carmen Vervloet

terça-feira, 14 de agosto de 2007

Inverno

Inverno

Frio que chega a minha terra
Passa o mar,
Passa serra,
Vem de surpresa,
E com muita certeza
Sabe o que vai encontrar.
O mesmo quadro.
De um lado,
A moça bonita, vaidosa,
Tão bonita quanto rosa
Aquecida em seu casaco carmim,
Adornado de peles suntuosas
Feliz por vestir assim.
Do outro lado,
A criança maltrapilha,
Tiritante, encolhida,
Embrulhada em jornal.
Os lábios roxos
Tais quais violetas
Perdidas na selva.
Os olhos verdes,
Tão verdes quanto à relva,
Mas sem esperança.
Os pés descalços.
A mão estendida em súplica,
Trêmula:
“Uma esmola pelo amor de Deus”...
E os transeuntes que passam
Agasalhados.
Seguem sempre em frente...
Uns não querendo enxergar
Pois lhes dói a alma.
Vendam os olhos.
Outros que prosseguem com calma.
A calma dos embrutecidos
Pelo quadro rotineiro,
Pela ganância do dinheiro,
Pelo corre, corre da vida,
Pela responsabilidade transferida.
E a pobre criança
Cada vez mais encolhida,
Continua a tiritar.
Já não pode nem falar.
Apenas o que lhe aquece
São as lágrimas que rolam
Dos seus olhos, que da esperança
Só tem a cor.
E os que passaram
Deixaram de ver um tesouro
De valor maior que o ouro.
Só o frio a enxergou.
E já que os homens nada fizeram
Levou a criança em suas asas geladas.

Este poema foi formatado em pps pelo site
www.momentos-pps.com.br

Ficou muito bonito! Vale a pena conferir.

quarta-feira, 8 de agosto de 2007

O meu beijo para todos os pais

Pai

Pai... Você que me ensinou tantas coisas...

Deu-me afeto... Carinho...
Ensinou-me o reto caminho...
Mostrou-me a vida...
Inseriu-me na lida...

Você que tantas vezes me fez sorrir...
Secou minhas lágrimas...
Ensinou-me a ouvir...
E o meu dever com alegria cumprir...

Você que me ensinou a respeitar...
Dividir... Compartilhar...
Deu-me sempre seu exemplo...
Que levo através do tempo...

Você que me ensinou o beabá do amor...
Fez-me enxergar as flores... O beija-flor...
Ensinou-me o difícil perdão...
Ensinou-me a estender a mão...

Pai... Quero apenas agradecer
Pelo que sou e poderia não ser...
Se não tivesse a sua forte mão
Que foi meu leme... O meu timão...
Que me deu rumo...
Que foi meu prumo...

Dentro de mim a sua doce voz ecoa...
Esta voz que neste momento...
Envolvida em fios de sentimentos...
Grita por paz... Por harmonia...
Respeito... Ética... Verdade...
E com seus olhos enxergo
O que escapa destes valores...
Calamidade!


Pai... Neste dia de festa e alegria...
Em que se comemora o seu dia...
Faço desta poesia uma oração
Por você que só me deu amor e proteção...

E peço a Deus que continue iluminando
Todo lugar por onde estiver passando...
E seguirei sempre seus retos passos...
Neste ou em qualquer espaço...

Beijando-lhe sempre,
De joelhos a Deus agradeço
Pelo pai que nem sei se mereço!

Carmen Vervloet

Vejam este poema formatado pela Oriza Martins.
Ficou deveras encantador!
http://www.orizamartins.com/4-mensagem-dia-dos-pais-carmen.html




terça-feira, 7 de agosto de 2007

Homenagem ao engraxate Rodrigo

Herói

Transita sobre a ponte uma criança...
Linda!... Cheia de esperança..
Botão que ainda não se abriu...
Lançando pipas de sonhos no céu anil!

Mas eis que de repente um andarilho,
Pobre demente maltrapilho...
Enlaça esta criança
E no mar profundo, lança-a...

E diante de tanto desespero...
Choro... Gritos... Destempero...
Surge um jovem engraxate
E dá o xeque-mate!
Atirou-se do alto
Para a criança desconhecida salvar
Lá embaixo, no azul profundo do mar...

Não mediu as conseqüências...
Muito menos suas carências...
Só pensou no menino
E no seu triste destino!
E num vôo profundo...
Arrancou o menino do fundo!

E feliz, vibrou...
Depois de emoção chorou...
Até que seu doce coração se aquietou!

E nesta cidade de Vitória
Toda população
Entrou em comoção!
E aplaudiu
A bravura do engraxate Rodrigo
E o seu exemplo de doação e amor
Arriscando a sua vida
Ainda em flor!

E quando perguntado
Sobre o seu heróico ato
Responde que foi um privilégio de Deus
Poder salvar o menino Matheus
E que tem a sensação
Do dever cumprido.
E eu retruco
Você é um Anjo, Rodrigo,
Enviado por Deus
Para salvar um outro Anjo seu!
Você é o meu herói...
O nosso herói...
É do amor o mais luminoso sinal,
A evidência de que o bem sobrepuja o mal!
E apesar da sua vida dura...
Não perdeu a doçura...
Não perdeu a sua essência pura!
Ao contrário, esbanjou amor,
Nesta hora de tensão e dor!

Você é o que cada um de nós
Desejaria ser...
Um homem que consegue num momento atroz
Escutar de Deus a voz...
Porque a maldade não contaminou
A sua alma
Que ouve mais do que fala!

Carmen Vervloet

sábado, 4 de agosto de 2007

Alfredo Vervloet, meu Pai

Meu Pai

Certa vez conheci um homem.
Um homem diferente
Dos de sua época.
Evoluído.
Um homem com sua história
De felicidade e sofrimento
Um homem de sentimento!
Um homem consciente
Que se dava... que se envolvia...
Tudo que era seu,
Naturalmente dividia...
Um homem que nasceu rico
E morreu pobre...
Um homem nobre!
Um homem sem preconceitos
Amigo de brancos e pretos
Respeitado e amado
Em qualquer classe social...
Um homem liberal!
Um dia percebi
Que no íntimo do seu ser
Guardava a nostalgia da perfeição...
Um homem de coração!
Um homem que não se deixou corroer
Pelo orgulho do poder
Um homem amigo... Leal...
Um homem total!
Um homem que não capitalizou
Em seu próprio benefício.
Até se negou a isso.
Em detrimento de outros homens
Para ele não havia
Mundo em construção
E sim ganância em evolução.
Um homem onde a justiça,
A bondade,
O amor
Transbordavam do seu interior
Com um brilho tão intenso,
Que se refletiam num espaço imenso.
Um homem que se foi
Mas deixou uma herança
Do tamanho da esperança,
O seu exemplo.

Este homem
A quem eu tanto devo
Está presente em todos
Os meus momentos.
Este homem
Que conheci tão de perto
E que partiu sem adeus,
Que me deixou tão cedo
Chama-se Alfredo,
Meu pai.

Carmen Vervloet

Endereço virtual para este poema em pps:


Homenagem aos Pais

Queridos pais,
Homenageando a meu querido Pai, já falecido, quero homenagear a todos vocês que geraram, que lutaram, que se sacrificaram para que seus filhos trilhassem o caminho do bem, o caminho da luz, o caminho da felicidade!
Parabéns a todos!
Beijos com poesia
Carmen

quarta-feira, 1 de agosto de 2007

Criança Feliz

Minha Criança

A criança que mora em mim
Tem a alma limpa
E cheiro de jasmim.
Pinta seus sonhos com tintas
De muitas cores...
Todas as cores
Das flores!
É espontânea, alegre, feliz...
Têm sardas no nariz,
Cabelos escorridos,
Sorriso meio escondido,
Menina brejeira,
Maneira!
Seu coração é só amor!
Seu abraço é cheio de calor!
Seu beijo é doce
Como se melado fosse!
Seus olhos cor de mel
Deslizando no azul do céu!
Buscando a poesia
Escrita ao léu...
Não prendo esta criança
Nem a vigio à distância
Deixo-a livre, solta!
Na sua peraltice envolta
Para que faça por mim
O que eu esconderia até o fim.

Carmen Vervloet