quinta-feira, 30 de junho de 2011

ABSTRAÇÃO



Todos vêem o lado feio da vida
mas nem sempre lhe prestam atenção...
Se não podem lhe oferecer a devida acolhida
por que então ferir o frágil coração?

Egoísmo, displicência ou abstração?
Um pobre mendigando na calçada,
uma criança faminta estendendo a mão...
A vida distribuindo bofetadas
e os transeuntes escolhendo sua visão.

Um bom filme ou quem sabe uma balada,
algo que possa lhes dar satisfação...
Ninguém se atreve a decifrar essa charada
almas anestesiadas na rotina da visão!

Para este quadro costumeiro não há trato,
não há tinta que tinja este negro chão,
não há fotógrafo que mude a feição deste retrato,
não há vontade política que mude a situação!

E assim fugindo da dura realidade,
cada qual fazendo sua abstração,
vamos seguindo pelas ruas da cidade
o amor encarcerado a sete chaves no coração!


Carmen Vervloet

POEMA BRASILEIRO 2

BRASILEIRO VÍDEO POEMA

quarta-feira, 29 de junho de 2011

ROSAMOR


Impacto e nutrição...
Perfume e sedução...
Tu és rosamor,
que esparge paixão!

Carmen Vervloet

ABANDONO POEMA

PORTO DE TUBARÂO POLUINDO VITÓRIA



Com as sandálias sujas de minério
batemos na porta de cada ministério,
na peregrinação para salvar nossa cidade
soterrada por tantas adversidades...
Mas nossa voz não teve eco,
sentimo-nos como se fôssemos bonecos,
emporcalhados de pó de minério,
mais parecíamos almas penadas saindo do cemitério
ou ETS vindos de outra galáxia
tentando desvendar toda essa falácia.
Mas o barulho era pequeno
para que pudéssemos nos livrar deste veneno...
As empresas, senhoras ricas e poderosas,
pouco preocupadas com nosso alvorecer cor de rosa,
mas sim com seus altos e excessivos lucros
deixando cada capixaba maluco,
doente das vias respiratórias
nessa linda e amada cidade de Vitória.

Na peregrinação desse nosso triste destino
sou uma voz abafada, que usa o teclado, a internet, o tino...
Que grita bem alto por ar puro,
mesmo pisoteada por passos tão sujos e duros.

Carmen Vervloet

terça-feira, 28 de junho de 2011

PARIS É UMA FESTA... FOTOGRAFIA E HOMENAGEM



PARA MATAR AS SAUDADES DE PARIS! BELÍSSIMO VÍDEO, COM A ASSINATURA DA TALENTOSA CARMEN CECÍLIA.

CANÇÃO TRISTE


Bata... Bata... coração...
Ressoe seu eco neste caminho sem fim...
Bata no ritmo de um trêmulo bandolim...

Chore suas mágoas guardadas em silêncio,
lave com suas lágrimas todo e qualquer lamento...
Corte em ínfimas fatias
toda essa afligente melancolia...

Liquefaça esse sofrimento que o esmaga
e pulsando amor, com seu calor,
converta em vapor toda essa insuportável dor.

Carmen Vervloet

CANÇÃO DA VIDA


Cantei... Cantei... E pensei ser eternamente feliz...
Andei por caminhos cobertos por flores
nos palcos da vida sem me fazer de atriz...

Sonhei... Sonhei... Pisei o destino com meus pés de acaso...
Enxerguei a vida com todas as cores,
levitei sobre o mar, o sol, o arco-íres, o ocaso...

Sorri... Sorri... Bebi alegrias, sorvi felicidade,
envolvi-me com o manto do infinito,
nos fios do tempo tecendo amizades...

Sofri... Sofri... Na longa jornada desta vida...
Sepultei tantas vezes meu coração aflito,
mas caminhei sem nunca desistir da lida.

Chorei... Chorei... Senti a dor sem me fazer de duro,
enfrentei de peito aberto todos os conflitos,
sorvi com delícia tudo que era puro.

Carmen Vervloet

segunda-feira, 27 de junho de 2011

EU QUERIA... FRAGMENTOS BICENTENÁRIOS POÉTICOS



Impossível não publicar esse vídeo, uma sacada genial da minha querida amiga, POETA CARMEN CECÍLIA, com fragmentos de poesia de vários poetas brasileiros.

Agradeço a inclusão dos meus poemas.Parabéns, amiga! Aplausos e de pé!

MINHA JABUTICABEIRA



No tronco familiar desta jabuticabeira
recosto meu corpo cansado...
Tiro do fundo da minh’alma um som lindo
que encanta os pássaros, as matas, as nascentes
e faz dançar as estrelas do céu...
No tronco familiar desta jabuticabeira,
no ritmo do coração,
eu canto a menina felicidade de outrora...
Sem mágoas, sem remorsos, sem receios...
Plena de bons momentos,
carregada de sonhos.

Carmen Vervloet

domingo, 26 de junho de 2011

CANÇÃO PARA SANTA TERESA


Aqui em Santa Teresa
tem flor, tem flor...
Tem caqui, jabuticaba,
tem amor, tem amor...

Aqui em Santa Teresa
tem beija-flor, beija-flor,
tem canário, sabiá,
tem amor... tem amor...

Tem raízes italianas
nas profundezas deste chão,
tem polenta, macarrão
cheirando de amor no fogão...
Tem vinho, tem pão,
tem fé e religião,
tem ternura no coração.
Tem verdes matas preservadas
e um céu azul anil,
lindas crianças rosadas,
coração quente no frio...
Sonhos dançando no espaço
nos acordes da concertina,
meninas acertando o passo
sob o olhar que tudo acetina...
Aqui em Santa Teresa
o bucolismo da cidade
se transmuta em felicidade!

Tem brilho no olhar,
tanta paz nesse lugar!

Carmen Vervloet

METAMORFOSE


Entre nuvens brancas
navegam raios de sol
fazendo surgir o dia,
em asas douradas,
trazendo cântaros de alegria
que adoçam almas atentas...

Surge um desejo imenso
de viver a vida intensamente...
Na luz do alvorecer
que inunda o coração
transformo-me em pescadora
de felicidade.

Carmen Vervloet

sábado, 25 de junho de 2011

VIVER A VIDA



Arrisque...
O tempo flui sem interrupção
trazendo novas energias
o que foi ruim um dia
hoje será alegria
a caminho do coração.

Esqueça...
De sempre querer garantias
de filtrar tuas escolhas,
excluir o novo que surge a cada dia,
isolar a intuição numa bolha
ou mesmo num alçapão
abaixo do coração.

Arrisque...
Salte para o desconhecido
experimente o novo de cada momento
una-se ao universo em casamento
esqueça o acontecido mal sucedido
feche o crivo da razão
use como guia o coração...
Aproveite a mágica oportunidade
não hesite diante da ambigüidade.

Arrisque...
Lance um novo olhar à vida
esqueça horas doridas
que te seguram e te prendem...
Enxergue sinais do universo
não viva imerso
num mar de medos
afogando oportunidades
de felicidade!

Arrisque...
Crie coragem...
Fuja da tua própria arbitragem
e verás luz
na fagulha que te conduz
ao mais longínquo sonho...
E teus fantasmas já não serão viajantes
perderão a força de gigantes
dormirão calmos num raio de luar
enquanto tu descobrirás outro mundo
navegando neste novo olhar...

Carmen Vervloet

SEGREDOS DO AMOR


Ah! Se já perdi minha razão
por que esconder toda essa paixão?

Céu de luar, confidente do meu coração,
me deixe sonhar com essa doce ilusão!
Juras, promessas, poesias,
paixão e alegrias
num raio a brilhar sobre as ondas do mar...
Entrego-lhe a vida,
canção comovida,
não há receita pra ser feliz.
Mas a razão sempre diz
que prudência faz bem
só que o perigo é que tem
sabor que agrada ao sentimento.
E assim vivo o momento,
o coração flutuando ao léu,
na crista, no véu...
Sobre as ondas do mar...
Corpos se amando
e amanhã de manhã
quando a lua se for
deixarei acordar o ator,
voltarei a falar sério
e novamente o mistério,
segredos do amor!

Carmen Vervloet

CURIÓ


Solta a voz na madrugada,
entoa melodias no ritmo da fonte,
traz para minh’alma triste e calada
doces acordes do além-horizonte...

Resgata sonhos que perdi no caminho,
evoca alegrias escondidas nas selvagens matas,
traz-me de volta pro meu ninho,
traz-me a paz que perdi nos desequilíbrios desta acrobata...

Vem pequeno curió... Tira-me deste sepulcro.
Liberte meus sonhos em seu vôo livre...
Vem... No seu canto a vida eu escuto!
No eco do seu canto recolho pedaços de felicidade
que perdi nos aclives...

Carmen Vervloet

quarta-feira, 8 de junho de 2011

A MINHA RUA


Meu pedacinho de chão,
que tão bem eu conheço,
mapeado no meu coração!

De dia, linda, limpa, ajardinada,
árvores nas calçadas,
acácias, flamboyants, oitis,
sombreando a lida,
palmeira balançando ao vento
amenizando o calor do momento!

À noite, outro cenário.
Entra em ebulição...
Palco de muita agitação.
Cadeiras tomando as calçadas,
jovens com mãos entrelaçadas,
música, cerveja e alegria...
Mocinhas bem arrumadas,
lábios carmins
buscando seus afins!
Carregam sonhos no coração,
hormônios em ebulição,
palco de tantos encontros
e desencontros também.
Camelôs ocupam o espaço
dos transeuntes que passam
em outro ritmo!
O burburinho impera
cada vida uma novela
refletida no telão da paisagem!
Cada par de olhos buscando o seu sonho,
a bússola aponta o bem viver...
Música, cerveja e alegria
propagam-se em ondas
da mais pura energia
nesta magia
onde as portas se abrem
sem fechadura, sem chave,
sem resistência
deixando entrar a esperança
de ser feliz!

A minha rua, meu pedacinho de chão,
bordada por mim num colorido matiz
bem dentro do meu coração!

Carmen Vervloet

terça-feira, 7 de junho de 2011

INSISTENTE


Amanhã encherei o céu de vôos encantados,
minha alma voltará a se levantar...
Meu coração, por Deus abençoado,
boa energia disseminará no ar.

A alegria despertará junto ao sol
e a esperança soltará suas correntes...
De longe vislumbrarei um novo farol
e seguirei sua luz, outra vez, insistente.

Os gerânios estarão mais vermelhos
e todos serão mais felizes sem saber por quê...
A luz se refletirá num imenso espelho
que envolverá em brilho minha psiquê.

Caminharei sorrindo pelo caminho
de mãos dadas com a vida outra vez,
semeando pela estrada carinhos,
colhendo amor em vez de tanta insensatez!

Carmen Vervloet.

segunda-feira, 6 de junho de 2011

SOBRE A GANÂNCIA


A ganância leva os homens
para as frias ruas do egoísmo...
Devasta o amor, a paz, a solidariedade,
empurra a bondade para o abismo.

Caminha indiferente aos apelos,
pisa os que se interpõem em seu caminho,
esmaga a tantos em seus atropelos,
perfura a todos com seus espinhos.

A ganância caminha sem compaixão,
destrói convivência pacífica, sonhos, encarna Caim,
leva em seu cerne indiferença sem fim
e no final do caminho mergulha num lago de solidão.

A ganância é um poço sem fundo,
inimigo-mor que destrói a perfeição,
na sua voracidade esvazia e destrói o mundo,
faz da vida um palco em confusão!

Carmen Vervloet

domingo, 5 de junho de 2011

O PROTESTO DA NATUREZA


O universo queixa-se em profunda dor...
O céu acinzentado,
mostra seu luto na cor,
entorna lágrimas de chuva
que caem em granizos de cristal,
o vento faz seu manifesto em vendaval.
O sol se esconde atrás da nuvem pesada,
quem sabe com vergonha por tanto desamor!
As sombras deixam as flores desbotadas,
a tristeza cerra o bico do pássaro cantor.
O mar invade cidades,
tsunami de destruição,
ondas gigantes que vem e vão
levando o povo em comoção.
Por onde eu passo, freme a ambição!
Homens amputados de seus sentimentos,
cegos pelo egoísmo do momento...
A Mãe Terra em agonia,
triste, sem energia...
Vivendo seu grande tormento,
últimos suspiros
debilitando seu giro!

Antecipo um suicídio coletivo,
o planeta destroçado
pelo mais inteligente ser vivo!

Este cenário estremece minha vida...
Meus olhos embaçados por lágrimas
vêem o protesto da natureza que agoniza!

Carmen Vervloet

sábado, 4 de junho de 2011

O Perfume do Amor

(Para Mariazinha e Élio)

Na alegria, na tristeza,
na saúde, na doença,
este casal com certeza
cumpriu do matrimônio a sentença.

No meio das hortênsias,
no canto das aves,
na rica existência,
na instabilidade da nave!

No espaço circundado todos
contemplam o milagre da união
e se perguntam:
- Quanto já sofreu cada coração?

Em cada par de olhos
vê-se rios antigos
por onde o outro viajou
deixando rastros de ternura e carinho.

O quanto cada um suportou?
Bobagem, não importa!
O que importa é que o amor floresceu
e perfumou tudo ao redor!

Carmen Vervloet

sexta-feira, 3 de junho de 2011

FELICIDADE



A felicidade não pode ser prisioneira,
é preciso que vá e venha, livre,
como andorinha em busca de verão...
Parte deixando para trás o inverno,
a alma queimando como num inferno,
mas sempre volta na próxima estação...
O ninho da felicidade é sempre o coração!

Carmen Vervloet

quinta-feira, 2 de junho de 2011

MOMENTO ÚNICO


Diante do vento viajante
a noite se curva de frio...
O meu coração cantante,
no aconchego do lar,
debruça-se sobre o calor do amar.

No ritmo de uma linda canção,
aqui tudo se aquece...
Uma bebida quente no fogão
e o inverno se esquece.
Tempero o instante com chocolate e paixão.
A vida? Um ponto de interrogação.

Sei que sou um pouco menos do que penso
e muito mais do que sinto...
Se hoje melhor estou,
a dor foi o caminho do aprimoramento.
Este é um único momento
que logo, logo passará!
Vou vivê-lo intensamente!

Amanhã quando o sol derramar seus raios
sobre a cidade
talvez a alegria parta, até num cavalo baio,
levando mais uma vez meu contentamento.
Mas eu embalarei outra lembrança
em pedaço de céu anil...
E vou juntando minha felicidade.

Carmen Vervloet

quarta-feira, 1 de junho de 2011

O CAJADO DO POETA


Se a vida tira o que nos dá
e o que temos já não basta,
que nos contente o que há
pois a insatisfação é madrasta.

Buscamos um pouco de paz
neste mundo tão conturbado,
mas Irina, sonolenta, não a traz,
a poesia é nosso cajado.

Caminhamos junto aos versos,
apoiados na imaginação,
fatiamos nosso universo
e distraímos assim o coração.

Carmen Vervloet