domingo, 27 de novembro de 2011

Soneto da Chuva

Gotas escorrem na vidraça da janela
Outras se acumulam nela em relevo
Fica opaca minha translúcida tela
Já não vejo o que sempre vejo.

Meu céu azul hoje está chorando
Num beijo molhado toca a vidraça...
Do que será que está lembrando?
De como era linda a natureza casta?

Em dorido pranto revela sua dor
Gotas de desesperança absoluta
Fonte inesgotável de um intenso amor...

Do alto vê a terra muito destruída
Sempre atento na sua escuta
Faz em água a invocação à vida.

Carmen Vervloet

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