quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Porque Choro

 
Verto meu pranto sobre as ruas bandidas,
onde transita o medo em tantas cidades,
verto meu pranto sobre a violência desmedida
que já se instaurou em todas as idades.
 
Verto meu pranto sobre as ramas pensativas
onde não mais se escondem o amor de um ninho,
numa selva de pedras onde aves fugitivas
buscam refúgio em algum outro cantinho.
 
Verto meu pranto quando o luar cor de prata
é visto apenas, por entre as grades da janela,
 quando já não chora romântica serenata,
e nem rola um beijo sob a acácia amarela.
 
Verto meu pranto porque sei que o universo sente
e nele pulsam as dores de todo o planeta
 deixando uma falta, um vazio na alma da gente,
restringindo, mais e mais, a felicidade e sua colheita.
 
 Medito à meia luz dos poentes pensativos
e sobre as agressões, meu espírito ajoelhado,
pede a Deus que interceda por reveses tão aflitivos
e que nos devolva a paz, tão branda, colhida no passado.
 
Carmen Vervloet
 
 

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