quarta-feira, 3 de julho de 2013

Alma Desnuda

Eu me permito...
Ser lambida pela brisa,
ser lavada pela chuva,
acariciar sua pele lisa,
saborear seu beijo de uva!
  
Eu me permito...
Ser banhada pelo mar,
ser aquecida pelo sol,
envolver-me em seus braços e lhe amar
na hora do arrebol!
 
Eu me permito...
Voar nas asas do vento,
flutuar junto à lua,
desvendar seus pensamentos,
deixar minha alma nua!
 
 
Eu me permito...
Ouvir a sua metade que é grito
e o silêncio da outra metade,
no silêncio eu acredito,
no grito, percebo fragilidade!
 
Eu me permito...
Entregar-me a sua humana ternura,
navegar nas suas loucas manias,
lambuzar-me na sua doçura,
nos devaneios da fantasia!
 
Eu me permito...
Ser envolvida pela sua sedução,
dar-lhe o direito de invadir meu coração,
sentir seu encanto versejado,
deste meu vício desejado!
 
E só permito...
Porque você também me permitiu...
Mostrou-me o seu avesso,
seu amor que eu mereço,
o seu vinho embriagante
numa noite alucinante
entre gemidos ofegantes!...
 
E nesta recíproca permissão
 corpos plenos,
almas desnudas,
cumplicidade,
paz!
 
Carmen Vervloet
 
 
 
 
 
 
 

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