segunda-feira, 28 de julho de 2014

O Gemido das Águas






 

O choro vão da água tristonha

Na sua escassez de cada dia

Já não desperta no homem a vergonha,

De devastar sua fonte de vida e energia.

 

Tão desperdiçada a pobre coitada,

Contaminada por lixo e poluição...

Sobre ela ameaça o gume da espada

Empunhada pela mão de quem não ouve a razão.

 

Corre em seu leito gemendo tanta dor

Golfando o lixo que a sufoca e mata...

Este outono mudou mais e mais sua cor,

Tirou-lhe o brilho cor-de-prata!

 

E triste ando pelas margens ermas

Recordando sua abundância do passado

Sentindo a desolação das águas enfermas

Enquanto sinos dobram aos finados.

 

Carmen Vervloet

 

 

 

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