sábado, 4 de agosto de 2007

Alfredo Vervloet, meu Pai

Meu Pai

Certa vez conheci um homem.
Um homem diferente
Dos de sua época.
Evoluído.
Um homem com sua história
De felicidade e sofrimento
Um homem de sentimento!
Um homem consciente
Que se dava... que se envolvia...
Tudo que era seu,
Naturalmente dividia...
Um homem que nasceu rico
E morreu pobre...
Um homem nobre!
Um homem sem preconceitos
Amigo de brancos e pretos
Respeitado e amado
Em qualquer classe social...
Um homem liberal!
Um dia percebi
Que no íntimo do seu ser
Guardava a nostalgia da perfeição...
Um homem de coração!
Um homem que não se deixou corroer
Pelo orgulho do poder
Um homem amigo... Leal...
Um homem total!
Um homem que não capitalizou
Em seu próprio benefício.
Até se negou a isso.
Em detrimento de outros homens
Para ele não havia
Mundo em construção
E sim ganância em evolução.
Um homem onde a justiça,
A bondade,
O amor
Transbordavam do seu interior
Com um brilho tão intenso,
Que se refletiam num espaço imenso.
Um homem que se foi
Mas deixou uma herança
Do tamanho da esperança,
O seu exemplo.

Este homem
A quem eu tanto devo
Está presente em todos
Os meus momentos.
Este homem
Que conheci tão de perto
E que partiu sem adeus,
Que me deixou tão cedo
Chama-se Alfredo,
Meu pai.

Carmen Vervloet

Endereço virtual para este poema em pps:


Um comentário:

Poesia no Canto disse...

Poema que evolui como uma canção de amor inata à personalidade sensível, delicada, sem perder a profundidade e criatividade inerente aos verdadeiros poetas. Parabéns.