terça-feira, 3 de julho de 2012

A INJUSTIÇA ME FEZ VULCÃO



Frente a frente
com um ser prepotente
fazendo uso do seu poder
para manchar a honra de inocentes
ali presentes.
Na inconseqüência de seus atos
lambuzava-se num bom prato de vaidade,
usando de modo leviano sua autoridade,
e ainda invocando as Sagradas Escrituras
sem nenhum remorso ou compostura...
Fui sendo tomada por imensa revolta
e em rápida reviravolta
transformei-me em vulcão!
Dentro de mim misturavam-se
os magmas do descrédito e da indignação
junto à confirmação da minha impotência
frente ao poder e a prepotência,
a inversão dos fatos,
a indecência, o disparate,
a ausência de transparência e decência.
O calor foi aumentando,
as lavas se misturando
em total agitação.
E num piscar de olhos
entrei em erupção!
Soltei em chamas
a dor que me sufocava
e em asfixia me matava...
Lancei em altas labaredas
meus gritos de protesto!
Minha gruta ficou vazia,
enfrentei solitária à hipocrisia!
No céu a fumaça da minha tormenta
e nas mãos poderosas sobre a mesa
a injustiça se escrevendo lenta
em palavras rebuscadas...

Carmen Vervloet

Nenhum comentário: