terça-feira, 15 de março de 2011

O PLANETA PRECISA DE LOUCOS...



Nesta revolução industrial

que polui, agride, aquece, destrói o planeta,

procuro loucos até com lunetas...

Preciso de loucos, muitos loucos,

e são tão poucos...



No paradoxo da insânia e da razão

urge um fim para a sanidade

que se apega a fiapos de falsa sobrevivência

quando todo o planeta implora por clemência.

Só os loucos salvarão as devastadas cidades.



Louco de pedra, nu, maltrapilho,

fedendo a suor, louco andarilho...

Sem medo de se expor e ser julgado,

não tem juízo o coitado, portanto,

jamais se sentirá acovardado.

Aos loucos caberá a tarefa de salvar os lúcidos

pois só a eles pertencem os entendimentos mais esdrúxulos.



E esses loucos penetrarão nos palácios

e nas paredes escreverão um oportuno prefácio

mostrando o tudo e o nada,

ditando novas regras na esplanada.

Salvarão os lúcidos do sanatório da lucidez,

essa doença que escraviza e esvazia...

E, diga-se de passagem, se tornou mania...

Curando-os da sua avidez,

do seu egoísmo e da sua covardia!



Quero arregimentar loucos

mas, são tão poucos!

Carmen Vervloet



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