segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Cruel Ambição


Coração tinto de sangue,
rosto rubro de raiva,
boca roxa do frio
que vem do vazio,
desmedida ambição!

Vil metal sobrepõe-se ao amor,
moedas contadas em avidez,
falta zelo, falta atenção,
falta ternura,
ausência de gratidão!

Rudeza de sentimentos,
estranhos argumentos,
desdita do coração!

Carinho tornou-se
matéria prima escassa...
O que move é a divisão
dos bens materiais
que ficaram pra trás.

Olhos choram lágrimas de dor,
mãos trêmulas,
decepção rasgando veias,
sugando sangue,
estancando soro da afeição.

Compensar amor negado,
por mais que se faça
não dissipa fumaça
de coração queimando em dor...

E vai partir sem receber
o que na vida mais ofertou
e com veemência desejou,
simplesmente o amor!
Vindimado por cruel ambição,
contra-senso do humano coração!

Carmen Vervloet

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