Pai,
Hoje o sol outra vez não nasceu,
E a chuva continua carregando sonhos...
A destruição afetou a plantação,
E se tornou peso enfadonho.
Casas despencam pelos morros,
As águas invadem as moradias,
Tanta gente pedindo socorro,
A tristeza anuviou a alegria.
Tantas famílias desabrigadas,
Sem nenhuma esperança no amanhã
Móveis deteriorados nas calçadas,
Carros, submersos, abandonados com afã.
Pai,
Traga uma luz para esta pobre gente,
Toque os corações dos nossos ausentes prefeitos
Ilumine suas escuras e egoístas mentes
Para que façam jus aos seus pleitos.
Sopra-lhes que apressem os projetos
Para que alguma verba seja liberada,
Neste campo onde predominam os desonestos,
Sem ti Senhor, desabrigados continuarão aguardando nas calçadas.
Dizem que milagres acontecem,
Então, Senhor, para ti vai meu apelo
Não permita que a confiança feneça
Abrace este povo sofrido com todo seu desvelo.
Carmen Vervloet
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